Revivendo pra viver diferente. Será? Parto dos gêmeos.

Depois de ler as sete partes da série "O "C" do VBAC", no Super Duper (Parabéns, Anne!), eu me dei conta de como eu não guardei todos os detalhes do "dia que mudou a minha vida", a chegada dos gêmeos. Perto de viver novamente a chegada de um filho (como eu), achei o máximo a atitude dela. E, foi assim que resolvi refletir (com vcs) sobre aqueles dias e quem sabe mudar alguma coisa.

Eu lembro de como nas últimas semanas comecei a "implorar" pro doutor Mário marcar uma data para a cesárea, e que fosse breve. Os gêmeos estavam "sentados" e nem com toda força do pensamento eles mudariam de posição possibilitando outro tipo de parto que não o cirúrgico. De posse dessa informação, meu medo era entrar em trabalho de parto "sem necessidade". Foi assim que na 39 semana de gestação, às 6:00 da manhã de uma sexta, feriado de páscoa, eu dei entrada na maternidade. Enfim , tinha chegado a minha hora. Mas, eu vejo agora que só pensei em mim. E nem um pouco em como seria o parto, olhando pelo lado dos pequenos. De como tornar aquele momento mais humano. Infelizmente, Fernanda também está "sentada" o que novamente não me deixa outra escolha, que não uma cesariana.
A maternidade em questão não incentiva a presença de outras pessoas no centro cirúrgico, tanto que cobra uma taxa (200,00) para tanto. Eles disponibilizam uma sala (tb paga) com TV pra que um número restrito de pessoas possa assistir o parto sem áudio, claro!
Mas no dia, eu estava tão eufórica que parecia não me importar com a falta que o marido faria naquele momento. Fiquei a mercer da "gentileza" da anestesista em acariciar minha testa, narrar alguma coisa do parto e elogiar meus filhos. Eu que acompanhara um amiga e minha irmã no centro cirúrgico, estava só naquele dia. Mas eu parecia sob efeito de entorpecentes... fui rindo, feliz à beça deitada na maca, na companhia da minha mãe e do Daniel até a porta do centro cirúrgico. Nem mesmo quando as portas se fecharam  e eu me vi só naquele corredor eu tive medo. Acho que o fato ser enfermeira e saber como seria, de alguma forma me tranquilizava. Só Deus mesmo!
Medo não, pavor me deu quando o médico me pinçou e eu senti. Putz grila!!! Isso dói, eu tô sentindo. Ele começou a cortar  e o cheiro de carne queimada não me assustou, mas o fato de tá doendo me deixou chateada, nervosa, incomodada. Poxa!!!
Senti toda a pressão que o médico auxiliar fez sobre as minhas costelas pros bebês "descerem". Eu não tava vendo nada por causa do tal "lençol azul" usado de cortina. Mas a impressão é o que médico meteu todo o braço dele dentro da minha barriga pra puxar o menino.
Pronto! Primeiro menino fora, o pediatra responsável me mostrou o coitado tão rápido que se eu disser que eu lembro dos traços e da primeira impressão, estaria mentido. Só vi que era  um bebê vivo e grande. Lembro do dr. Mário dizendo que o outro devia ser menor e pouquíssimos minutos depois a equipe comentando que o segundo era maior. Na mesma pressa do primeiro, me mostraram o segundo, mas dessa vez eu vi que era grande, estava vivo e tinha o rosto mais robusto. Assim, sem cheirinho, toque ou foto levaram meus meninos pro berçário. A sensação que eu tenho é que passada a adrenalina de ver seus filhos pela primeira vez, você entra num estado alfa que não ouve, não vê, não se percebe. Pelo menos comigo foi assim. Do momento em que levaram os meninos não lembro de mais nada. Quando recobrei alguma consciência, eu ainda estava no CC, com a cabeça lateralizada, vomitando horrores. Eu respirava  e vomitava. Foi horrível! Mas a pior sensação mesmo foi não sentir as pernas. Meu cérebro mandava, ordenava, gritava e nada. Depois de muito esforço e a gonia, me dei conta que era melhor eu pensar em outra coisa, esquecer das pernas, ou eu ficaria louca. É muuuuito horrível!!! Também não sei quanto tempo fiquei lá até voltar a sentir as pernas. Eu sabia que tinha gente ali por perto, mas comigo mesmo, ninguém. Vez por outra passava alguém e ajeitava o pano no qual eu estava vomitando. Horrível é pouco!

Continua, mas por hj é só.
Beijos e beijos.










Comentários

Rosa Kinupp disse…
Que bom ouvir de vc....
Não me esqueço de passar por aqui para ver se escreveu post novo.
Gostei do titulo do que escreveu. Com certeza será diferente....
Estou na torcida Elene!!!
Que a chegada da Fernanda seja de muita alegria.
God's in control!!!!

Postagens mais visitadas