Quatro filhos e uma consulta. Do dia que eu quase chorei.

Ontem, reencontrei uma amiga dos tempos de cursinho de inglês. Ela médica e eu enfermeira "não praticante", mãe de quatro criaturinhas.
Ela olhou pra mim com os olhos brilhando e disse: "eu queria ser você! Exatamente assim, mãe!" 
Eu olhei pra ela e ri amarelo, internamente dizendo: "Não queria, não!"

Eu tinha cometido a insanidade de sair sozinha com os quatro pra uma consulta médica. Na hora de sair de casa descobri que não sabia onde estavam os cartões do plano de saúde. Resultado, antes ainda fomos na central da Unimed autorizar a consulta. 
Não sei se demorou ou o fato de segurar três crianças e um bebê junto de si, comportados e falando baixo faz qualquer cinco minutos virar uma eternidade. 
Depois da central ainda teve a espera da consulta. Crianças olhando pra TV e começa a "sessão da tarde". Eu ingenuamente pensei: oba, vai passar um filme de criança e elas vão ficar quietinhas. Pelo que começa o filme e nada mais era do que " A lagoa azul, o retorno" ou algo parecido com isso. Desculpa o palavrão mas, puta merda! Eu que já estava exausta tive que mudar de lugar e arranjar conversa pra que eles se desligassem da TV. Se adiantasse chorar, eu tinha chorado.
Aí, quando a gente entra pra consulta, minha amiga vem com esse papo... Hahaha. Não sabia ela da missa a metade. Porque ser mãe é sim a melhor coisa do mundo, a internet inteira está cheia de fotos e relatos bonitos. Mas pouca gente manda a real. Se mãe é cansativo, estressante, repetitivo, dolorido, solitário e mais um monte de coisas não tão legais. Agora multiplica por quatro e tentem me entender. 

Tá, eu nem deveria estar escrevendo aqui. Não estou nos meu melhores dias. Mas um beijo e força na peruca, todo mundo, todas as mães. Todas as fases passam e só fica a saudade.


Beijos e beijos
Elene Lima.

Comentários

Anônimo disse…
Parabéns Elene pela coragem de expressar o que é verdadeiramente "ser mãe". Esse assunto tornou-se um verdeiro tabu, pois a maioria das mães não tem coragem de contar os bastidores do mundo materno, talvez por medo de ser taxada de insensível, má e outros adjetivos que os hipócritas dessa sociedade midiática atribuem aos que expressam o que sentem verdadeiramente.

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