Feliz dia da crianças que brincam. E que brinquem!



Aqui em Portugal, o Dia Mundial da Criança é comemorado no dia 01 de Junho. As escolas, os museus, as fundações e tantas outras entidades oferecem atividades lúdicas, diversas oficinas, especialmente dedicadas as crianças. Não se percebe uma corrida dos pais as lojas de brinquedos. Os centros comerciais não sofrem quaisquer alteração de público. O que eu vi, foram parques, praças e jardins tomados por famílias desfrutando de um dia de lazer. Interessante observar que entre as crianças portuguesas, o foco é outro, bem menos capitalista.

Hoje, 12 de Outubro, Dias das Crianças no Brasil, a minha reflexão e desafio pessoal tem sido de deixar brincar mas principalmente brincar junto. Essa coisa que dizem do "criar memória", sabe. Esse ano, em especial, longe da família, dos amigos, da igreja, de tudo que constitua rede de apoio, eu tenho me sentido cansada e sobrecarregada. Faço das tripas coração pra ser lúdica, engraçada, causar riso e brincar junto. 

Por vezes, no meio do caos...  "Esse ônibus que não chega", "Essa comida que não vem logo", "Esse lugar que não se aproxima", brota um "Nome, fruta, objeto", palavras com a letra "tal", "jogo da velha", "Espada para o ar" ou simplesmente uma caneta e folha de papel pra cada um. Eu queria ser a minha irmã, eu queria ser o meu cunhado, eu queria ser a minha sogra, mas sou só eu mesma e cada um com a mãe que tem...risos. Drama a parte, a verdade é que a criança inventa do nada, cria, e se tiver com quem (irmãos, primos, colegas), melhor ainda. Particularmente, acho que muito brinquedo tolhi, castra, inibe esse processo criativo. Eu fui uma criança de poucos brinquedos, muito livros, primos e um quintal de vó que parecia uma floresta. Foi perfeito!!!

A Tati, do blog Família Moderna, bem disse: "Feliz é a criança que brinca de qualquer coisa, e preferiencialmente com campainha." 

Não é fácil, e nessa não julgo nem condeno mais ninguém. Fico triste que meu filho mais novo passe mais tempo do que eu gostaria com a cara no "pé", como ele chama Ipad. Hoje em dia já nem me importo que ele veja TV num canal infantil, porque TV tem comercial, porque aquele desenho acaba, porque a concentração dele se esgota e ele parte pra outra coisa. Se um dia achei ruim que ele tirasse todas as panelas do armário da cozinha, hoje eu prefiro. Falta pouco eu oferecer a colher de pau pra que ele "tire um som" das panelas velhas do dono do apartamento... risos. 

Ipad é a nova chupeta. Um e outro não são pra crianças, são para os adultos. "Tome aqui. Não chore mais não. Me deixe conversar, me deixe passear, me deixe cozinhar e lavar esse banheiro". É preciso coragem, vontade, inspiração e amor pra sentar no chão, na cama, na rede e brincar com o bebê. Arrancar sob protesto o Ipad das mãozinhas e oferecer calor, toque, afeto no lugar do brilho da tela. Era assim no passado. Funcionava. Tem coisas que não exigem tecnologia.

Feliz dias das crianças pra todas a crianças que brincam. E que brinquem!

(os carrinhos do João são da IKEA)

beijo e beijos.
Elene Lima. 

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