Eu e os gêmeos (Criando filhos)

Partindo do princípio que você está lendo esta página porque quer. Eu me sinto mais a vontade para deixar aqui minha opinião sobre um tema super delicado, criação de filhos.

Por ter passado pros três gravidezes, ter filhos gêmeos, uma menina e um filho solo caçula, eu sempre ouço piadas do gênero "pergunta a Elene que ela sabe tudo!". E eu sinto muito desapontar o ouvinte e neste caso, o leitor. Não, eu não sei de tudo. Nunca soube! A diferença entre mim e você, mãe de um filho por vez (risos), é que eu tive medo em dobro, sono em dobro, preguiça em dobro, insegurança em dobro, tudo em dobro (de bom e de ruim) na primeira gestação. 

Mas Elene, como tu fizeste com os gêmeos?

Peito em livre demanda! E naquele momento dolorido (a cesárea faz isso com a gente) que eu estava aprendendo tudo na prática, cada bebê mamava um peito e estava tudo bem. Eu anotava quem mamou, a hora e o lado do peito. E fizemos assim até que as necessidades ficaram maiores (e eu esgotada!) e então um bebê passou a mamar no peito enquanto o outro era alimentado com fórmula e depois revezávamos. Infelizmente (por fatores como sono, estresse, medo, cansaço, dor) eu não conseguia ordenhar de maneira que tivesse leite materno para o outro bebê. Mas tudo foi do jeito que foi, há dez anos e estamos todos vivos, Graças a Deus!

Enquanto escrevo, recordo-me de mim sentada na poltrona dando de mamar pra um dos gêmeos e o Daniel, numa cadeira, do outro lado dando mamadeira para o outro. Quando os mamilos feriram eu pensei seriamente que nao ia conseguir... eles ja tomavam fórmula mesmo, era só deixar de amamentar. Mas eu tive muito apoio da minha mãe, da minha irmã e do Daniel. Eu tive muita coragem e vontade de amamentar. Eu dei de mamar mordendo fralda de tanta dor no momento da pega, quando o bebê vem esfomeado pro seu peito. Nossa, como eu sofri! Mas o peito sarou e depois foi só alegria. Só contentamento, só troca de olhares, só acolhimento. mesmo nos momento mais solitários, nas horas frias da madrugada. Amamentar um filho é mágico! Mas eu não faria isso por muito tempo mais. Os gêmeos só mamaram até os seis, sete meses, talvez.

Bebês no quarto deles! Os gêmeos sempre dormiram no quarto deles, no berço deles. Mas olha que coisa boa! (risos). Mas cabe aqui uma reflexão. Hoje eu vejo que fui caxias comigo mesmo. Embora o quarto dos bebês fosse colado ao meu, eu passava a madrugada passeando. Eu dava de mamar e voltava pra "dormir", ao menor resmungo vindo da babá eletrônica lá estava eu novamente. Foram madrugadas e madrugadas de um quarto para outro, e eu virei um zumbi. Eu não acordava o Daniel sem necessidade porque ele tinha que ir trabalhar no outro dia. Acho que cabe outra reflexão aqui...hehehe.

Hora de dormir! Nas primeira semanas eu tive a ajuda de uma técnica de enfermagem (na verdade foram duas, em dias alternados) que vinha me ajudar no período da noite. Ela preparava os meninos pra dormir (banhava-os às 18h), arrumava confortavelmente, eles mamavam, arrotavam (naquela época se cria que o bebê tinha que arrotar obrigatoriamente) e... berço! Chupeta e naninha faziam parte do ritual. Sim, os gêmeos usaram chupeta. Minha sogra fez alguns serões com os netos também.
Essa coisa do horário de dormir sempre por volta das dezoito horas, bainho morno, pijama, mamar e dormir (quarto com temperatura ajustada, meia luz, musiquinha de bebê) foi libertador! Eu devo isso as técnicas de enfermagem. Mesmo quando elas deixaram de vir ( pq eu nao tinha um pé de dinheiro... risos), eu mantive a rotina e foi maravilhoso!!! 

No mais, eu fui observando, fui testando, fui vendo como funcionava pra mim, pra gente (casal), pros meninos. Eu ficava pasma quando ouvia de bebês que iam dormir lá pelas dez da noite ou só quando os pais iam dormir. Eu continuo acreditando que bebês precisam de rotina! Não precisa ser a minha, mas precisam de uma com certeza.
Eu ficava maluca quando ouvia de bebês que dormiam no quarto dos pais desde sempre. No primeiro mês, talvez! Mas eu queria o meu espaço, eu queria ouvir música, conversar, me esparramar na cama, ter intimidade com o marido...risos. 
Eu teria ficado (mais) maluca se não tivesse acostumado os meninos no bebê conforto, no carrinho, no cadeira de alimentação ou no colo de outras pessoas. Eu não sairia de casa sozinha, eu não dirigiria sozinha. Gosto nem de pensar!!! O Daniel fazia doutorado, passava o dia na universidade, eu botava os meninos no carro e ia me encontrar com uma amiga pra irmos ao shopping. Num outro momento ele fazia muitas viagens pro interior do estado, Deus me livre de não sair de casa até ele voltar. 

Num outro texto prometo falar da segunda gravidez. Da rotina com os gêmeos ainda pequenos com a chegada da irmã.

beijo e força.
Elene Lima


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